Seminário
15h00–17h00 - Sala de reuniões nº2, ELACH
Este workshop propõe uma análise das estratégias narrativas empregadas por Jonathan Safran Foer no romance Extremely Loud and Incredibly Close, buscando compreender a avaliação do autor sobre os ataques terroristas de 11 de setembro. A tragédia marca o início de uma nova era na História dos Estados Unidos e tem sido tema de diversas publicações em diferentes áreas. A pesquisa se concentra na jornada do menino Oskar, de nove anos, cujo pai foi vítima dos atentados, explorando como os eventos passados se transformam em fatos históricos significativos. Além disso, examina os sistemas que possibilitam a abordagem da História por meio de diversas perspectivas e a presença do trauma como elo entre História e Literatura.
A análise foca primariamente no narrador, o jovem Oskar, acompanhando sua busca por respostas para a morte de seu pai no trágico the worst day em Nova York. Aspectos como o uso de imagens, espaços em branco, sobreposição de escritas, diálogo com a tecnologia e mensagens codificadas presentes no romance também serão investigados. A fundamentação teórica dessa discussão baseia-se em textos de McHale (1992), Lyotard (1990), Jameson (2007), Santiago (2002), Connor (2000), White (1994), Le Goff (2003) e Hutcheon (1991).
Além disso, o estudo comparativo entre os romances Everything is Illuminated (2002), Extremely Loud & Incredibly Close (2005) e Here I am (2016), juntamente com o livro-escultura Tree of Codes (2010), de Jonathan Safran Foer, explora questões relacionadas à história e memória do povo judeu, bem como elementos de identidade judaica. O autor revisita eventos históricos da Segunda Guerra Mundial e do pós-Guerra, oferecendo diferentes perspectivas por meio de suas obras. A análise se aprofunda nas estratégias narrativas, incluindo o uso de imagens, espaços em branco e a interação com tecnologia, abordando tópicos como silêncio, trauma e memória presentes nessas narrativas literárias. Este workshop visa promover uma compreensão mais profunda das interconexões entre história, identidade e narrativa na produção literária de Jonathan Safran Foer, proporcionando uma experiência enriquecedora para alunos e professores do curso de licenciatura em letras.
João Paulo Vani é doutor em Teoria Literária pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp/São José do Rio Preto), com doutorado-sanduíche na University of Lousville, nos Estados Unidos; graduado em Letras e mestre em Teoria Literária pela Unesp de São José do Rio Preto. Fundador e Presidente da Academia Brasileira de Escritores (ABRESC).
Pesquisador associado do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP, é pós-doutorando em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e em Linguística Aplicada, com foco em formação de professores, pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara.
Editor acadêmico com 20 anos de experiência, é autor dos livros “Terror e Trauma na Literatura: do 11 de setembro às marcas na alma” (2018) e “21 reflexões sobre o mundo pós-pandemia” (2021). Coautor e/ou organizador dos livros "'20 adolescentes e seus segredos: Sexualidade", com a psicóloga Débora Dumbra Bonini (2007); “Shoah: 80 anos de memória e resistência - volume 1: Diáspora e Imigração”, com a Profa. Dra. Lyslei Nascimento, docente da UFMG e fundadora do Núcleo de Estudos Judaicos (2022); e “Shoah: 80 anos de memória e resistência - volume 2: Memória e Trauma”, com Carlos Reiss, diretor do Museu do Holocausto de Curitiba-PR (2022).