Seminários ao Lanche
Sala de Reuniões do CEHUM | 15h
Ana Sofia Silva
Nota biográfica: Ana Sofia Silva é licenciada em Teatro pela Universidade do Minho e mestre em Artes Performativas pela Escola Superior de Teatro e Cinema, do Instituto Politécnico de Lisboa. Devido ao seu interesse por temáticas relacionadas com o tempo, o espaço e a memória na criação de histórias e objetos performativos, frequentou a pós-graduação em Escrita dramática e Dramaturgia da Universidade de Glasgow.
Atualmente está a realizar o doutoramento em Filosofia na Universidade do Minho e é professora de Artes Performativas no Agrupamento de Escolas de Coronado e Castro, na Trofa.
Título: Contribuições do presente da presença de Heidegger para as Artes Performativas: A história-tempo.
Resumo: A partir da análise do presente da presença proposto por Martin Heidegger, investiga-se em que contexto o tempo e a história podem coexistir no domínio das artes performativas, especialmente no teatro.
Em termos genéricos, o cenário atual desdobra-se da seguinte forma: a estética do teatro dramático oculta o designado tempo do relógio em favor do desenvolvimento verossímel de uma história e dos respetivos personagens dentro de um tempo e de um espaço ficcionalizados. Por outro lado, a estética pós-dramática traz o tempo do relógio e o tempo vivenciado (durée) para a performance, promovendo a partilha do presente do agora entre os performers e o público. Neste sentido, uma vez que o presente do agora se pauta por uma sucessão interminável de agora(s), conduzindo a mudanças constantes, tal impossibilita o enraizamento de uma história.
Perante este panorama, aparentemente, o tempo (aquele que não é ficcionado) e a história não podem coexistir e, portanto, o performer depara-se com o seguinte dilema: ou opta por se comprometer com o desenvolvimento de uma história, ocultando o tempo em favor da ficção, ou, opta por colocar o tempo em cena (o presente do agora), o que implica uma série de transições através de sucessivos agora(s), impedindo o enraizamento de uma história.
Taynnã de Camargo Santos
Nota Biográfica: Taynnã de Camargo Santos é doutorando no programa de Modernidades Comparadas na Universidade do Minho, mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela mesma universidade com a dissertação Além da Curva da Estrada: metáforas de vida e morte na poesia de Alberto Caeiro e Fernando Pessoa-ortónimo. É co-fundador do coletivo literário Sinestéticas, editor da revista digital Agagê 80 e co-editor da antologia Posfácios (Urutau, 2021).
Título: "Um catálogo de monstros” - os animais em Fernando Pessoa
Resumo: O projeto de investigação "Um catálogo de monstros” - os animais em Fernando Pessoa tem o objetivo de mapear, catalogar e analisar as referências aos animais na obra de Fernando Pessoa. Nossa proposta é analisar os textos atribuídos aos diferentes nomes de autor em busca de eventuais padrões nos sentidos atribuídos aos animais, sejam eles reais ou imaginários, e pensar de que forma esta análise pode contribuir para perspetivar os contornos do ato de “outrar-se” pessoano. Acreditamos que a construção desse catálogo é pertinente por permitir, de forma estruturada, que revisitemos a busca pela alteridade proposta por Pessoa na construção dos heterónimos a partir desta análise.