Sinopse
O seminário terá como foco o potencialidade decolonial e queer da obra da coreógrafa e bailarina cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas, radicada em Lisboa e aclamada internacionalmente (Leão de Prata da Bienal de Veneza em 2018 e o Chanel Next Prize em 2021), dissecando as suas linhas coreográficas: abertura, impureza e intensidade. Influenciada por estratégias de montagem e deslocamento, Freitas opera através da condensação de materiais sobre-determinados e de contradições simultâneas para a criação de universos ficcionais que se pautam pelo excesso, estranheza e hibridez.
Através da abertura, impureza e intensidade, iremos demonstrar como a sua obra coreográfica desloca alguns dos postulados onto-epistemológicos da modernidade/colonial ocidental, desestabilizando os palcos da dança contemporânea europeia ocidental, sem se cristalizar em políticas identitárias raciais e de género, mas explorando a impermanência e a abertura radical.